A comunicação é sempre um desafio em qualquer âmbito, no trabalho, entre amigos, em família e também na academia. De forma que nem sempre conseguimos nos fazer ser entendidos amigavelmente, por isso é tão importante saber como praticar a comunicação não-violenta na academia!
Existem pessoas que em uma troca de ideias estão atentas para absorver o que o outro diz e somente depois responder com calma.
Há também aqueles que, enquanto o outro fala, estão apenas aguardando sua vez de soltar seus pensamentos.
Qual dessas pessoas você é?
A ideia é que, como proprietário ou treinador de academia, você faça parte do primeiro grupo, de forma a ouvir com atenção o que seu aluno precisa para fornecer uma solução adequada.
Naturalmente, sabemos que nem sempre a comunicação dentro de uma academia é leve.
Com a intenção de elevar o desempenho de seus alunos, alguns instrutores acabam por usar termos “explosivos” que podem trazer algum desconforto para essas pessoas.
Então como balancear o tão necessário incentivo por parte do treinador com uma linguagem que pode ser melhor aceita pelos alunos?
A resposta está em saber como praticar a comunicação não-violenta na academia!
O que é comunicação não-violenta?
A comunicação não-violenta é uma forma de se expressar e também de ouvir o outro, que está sobre quatro pilares importantes: observação, sentimentos, necessidades e pedidos.
Nesse tópico, além de aprender sobre cada pilar, você vai descobrir como implementar comunicação não-violenta dentro de academia por meio de exemplos e explicações claras dos conceitos.
1 – Observação
Se você quer saber como praticar a comunicação não-violenta na academia, esse é o principal pilar da prática.
A observação consiste em olhar racional e objetivamente para uma situação de forma a colher informações factuais e não sentimentais.
Nesse caso você pode descrever uma mesma situação de duas formas:
- comunicação não-violenta: olhei sua ficha de treino e vi que você não está conseguindo completar todas as sequências de exercícios.
- comunicação comum: chega de preguiça, hoje você precisa completar todas as séries de exercício.
Observe que no primeiro caso, apenas os fatos estão sendo descritos, já no segundo, a observação está carregada de indignação e uma suposição de que o aluno é preguiçoso.
É justamente esse segundo caso que devemos evitar!
2 – Sentimentos
Os sentimentos são muito importantes na técnica da comunicação não violenta, já que são eles que criam conexão entre as pessoas. No caso que estamos tratando aqui, ele cria a ponte entre professor e aluno.
Nesse caso como instrutor é importante que você entenda o seu sentimento em relação ao desempenho do aluno e do outro lado, busque entender o sentimento dele diante da situação.
A melhor forma de fazer isso, é justamente expondo essa vulnerabilidade. Vamos seguir com o primeiro exemplo:
- comunicação não-violenta: como instrutor, eu fico preocupado que ao não fazer todas as sequências de exercícios, você não alcance o seu objetivo inicial.
- comunicação comum: com essa preguiça toda, você vai desistir de novo da academia.
Veja que a vulnerabilidade está na palavra “preocupado”, que traz empatia e mostra que você está comprometido com o resultado do aluno. Já no segundo exemplo, embora possa haver boa intenção, as palavras desestimulam e não conectam.
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3 – Necessidades
Para saber como praticar a comunicação não-violenta na academia de forma efetiva é importante entender que nossos sentimentos traduzem as nossas necessidades.
Como instrutor e/ou dono de academia a sua necessidade (e também trabalho) é fazer com que os alunos tenham bom desempenho e alcancem resultados positivos. Mas e a necessidade dos alunos? É preciso ouvi-los!
Seguindo com o exemplo, a situação pode ser conduzida de duas formas:
- comunicação não-violenta: o que você sente que te faz parar a sequência de exercícios? Acha que está faltando algo?
- comunicação comum: eu acho que você não está tendo força de vontade o suficiente!
Com a comunicação não-violenta bem aplicada, você busca extrair a necessidade do aluno, já com uma comunicação comum você pode até mesmo ofendê-lo.
4 – Pedidos
Para quem está aprendendo como praticar a comunicação não-violenta na academia, essa é a hora em que as necessidades são atendidas.
Temos a tendência de achar que o outro vai entender o que pretendemos/precisamos somente com frases soltas, mas isso não é verdade. O óbvio precisa ser dito.
Talvez com a comunicação comum, não fique claro para seu aluno a sua preocupação em ajudá-lo.
Supondo que em resposta a sua pergunta no tópico anterior o aluno responda: “Não estou concluindo todas as séries porque ao final perco as forças, me sinto cansado e paro.”
E mais uma vez, você tem duas opções, propor uma solução ou ignorar a necessidade do aluno:
- comunicação não-violenta: nesse caso, podemos diminuir o peso das suas séries para que você consiga concluí-las e com o tempo ganhe mais resistência. A diferença é que você vai alcançar o resultado que quer, levando um pouco mais de tempo.
- comunicação comum: se você não se esforçar, não vai conseguir bater sua meta. Vamos lá, você consegue!
No primeiro caso há uma proposição de solução e também um ajuste de expectativa e no segundo o problema do aluno é sumariamente ignorado.
Ignorar os sentimentos e necessidades do outro é um dos principais erros da comunicação violenta.
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Principais técnicas da comunicação não-violenta
A fim de reforçar o que você já aprendeu no tópico anterior sobre os pilares da comunicação não violenta, vamos trazer também, algumas técnicas que você pode utilizar para aprimorar cada vez mais a comunicação com seus alunos!
- Autoconexão: diante de uma situação, pergunte-se o que está sentindo e qual sua necessidade naquele momento – isso deve ser feito antes de se dirigir ao outro.
- Empatia: nesse momento você pode aumentar a qualidade da compreensão ouvindo o outro com calma e fazendo-lhe perguntas com curiosidade e sem julgamentos para clarear mais ainda a situação.
- Expressão honesta: depois de saber o que está sentindo e quais são suas necessidades e a do outro é hora de se expressar honestamente. Mostrar seus sentimentos e pedir por algo é a melhor forma de conexão que você pode criar, além disso, estabelece uma relação de parceria e confiança com o aluno.
Benefícios da comunicação não-violenta
Como conclusão, você pode entender que saber como praticar a comunicação não-violenta na academia é atender a sua necessidade e trabalho sem sobrepor aquilo que seu aluno precisa.
Dessa forma é possível criar um ambiente acolhedor e estimulante em que as pessoas tenham melhor desempenho e alcancem seus resultados de forma sustentável e sem desistir no meio do caminho!
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