Hoje é dia de assunto polêmico, que pode dividir opiniões entre os gestores de academia e profissionais da saúde e de educação física. Afinal, o aluno é obrigado a apresentar exame médico para a academia?
Muita gente vai dizer que a resposta é não, pois não existe nenhuma regulamentação do CONFEF (Conselho Federal de Educação Física) que exija o exame médico — o famoso atestado — para começar a treinar.
Mas a verdade é que, apesar de não existir obrigatoriedade, a avaliação médica é indispensável tanto para o aluno quanto para o seu negócio.
Então, vem com a gente conferir quando você deve solicitar exame médico para os alunos da sua academia e por que é importante ter esse documento arquivado na ficha de cada um deles.
Boa leitura!
Devo solicitar exame médico para aluno de academia?
O exame médico comum, também chamado de atestado médico, é uma importante ferramenta que todo gestor de academia deveria se preocupar em incluir nos processos de gestão do seu negócio. Afinal, tem relação direta no relacionamento com o cliente.
Apesar disso, nem toda academia exige. Veja por quê.
O que diz a legislação?
De acordo com a Resolução CONFEF 328/16, compete ao profissional de educação física a realização de uma avaliação para verificar as condições gerais do aluno para praticar qualquer atividade na academia.
Essa avaliação física consiste na anamnese e na aplicação de um questionário, assinados pelo aluno. Isso normalmente é suficiente para que ele possa frequentar a academia sem precisar de atestado.
No entanto, pode ser que a sua cidade ou o seu estado tenham regulamentações próprias que exijam a apresentação de exame médico para a academia.
Logo, você deve se atentar também às estas normas para não correr o risco de cometer irregularidades jurídicas.
Para que serve o exame médico para academia?
O exame médico para academia tem três funções:
- proteger o aluno ao ajudar a prevenir acidentes e quaisquer intercorrências geradas por problemas de saúde;
- proteger a academia em caso de acidentes e lesões de alunos, em caso de doença oculta ou não informada;
- cumprir as determinações legais para evitar multas e outras implicações por estar em desconformidade com a legislação local.
Ainda assim, há quem prefira abrir mão dessa ferramenta de segurança, argumentando que a decisão vai de encontro aos interesses comerciais e do aluno.
Segundo essa parcela de gestores de academia, a exigência de atestado médico seria uma barreira a mais para o cliente se matricular. Ou seja, seria ruim para os negócios e ainda desestimularia as pessoas saírem do sedentarismo.
É aí que mora a controvérsia.
Contudo, apesar de não ser obrigatório, existem algumas situações em que o profissional de educação física precisa, sim, pedir exame médico para o aluno.
Entenda melhor a seguir.
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Afinal, quando solicitar exame médico para alunos da minha academia?
Essa orientação também está na mesma resolução do CONFEF, que, em seu artigo 6º, diz:
“Nos casos em que o especialista em Avaliação Física, considerando a classificação de risco proposta por entidades científicas internacionais e a intensidade de exercício proposta, identificar beneficiários sintomáticos, ou com fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas, pulmonares e do sistema locomotor, as quais podem ser agravadas pela atividade física, deve solicitar avaliação médica especializada objetivando identificar restrições e estabelecer linhas de orientação para prescrições de exercícios apropriados às condições de saúde do beneficiário.”
Portanto, o exame médico deve ser solicitado quando o profissional de educação física identificar condições de saúde que possam colocar o aluno em risco ao praticar atividades físicas.
Nesses casos, o exame médico serve como orientação para prescrever os exercícios mais adequados para a condição do aluno.
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O que avaliar antes de solicitar exame médico para o aluno da academia?
Após a anamnese, que colhe informações mais genéricas, o profissional de educação física submete o aluno ao questionário de prontidão para atividade física, mais conhecido como PAR-Q.
A aplicação do PAR-Q é justamente para determinar a necessidade de exame médico antes de começar a se exercitar. São apenas sete perguntas e, se o cliente responder com “sim” a qualquer uma delas, deve ser encaminhado para um consultório médico.
Sendo assim, seu objetivo enquanto profissional de educação física — de acordo com o CONFEF — é o de identificar as situações que demandam avaliação médica especializada.
Como saber quais exames médicos o aluno precisa fazer?
Boa notícia: você não precisa se preocupar com quais exames médicos solicitar para os alunos da academia.
Primeiro, porque, além dos médicos, poucos profissionais da saúde são habilitados para isso, e mesmo assim, apenas em caráter complementar. Segundo, porque os exames solicitados dependem da avaliação médica.
Ou seja, para a maioria dos alunos de academia, após o exame físico, o atestado basta.
Para os casos em que o médico julgar pertinentes, ele pode solicitar desde simples hemogramas a avaliações cardíacas.
O profissional de educação física também não precisa saber como analisar exames médicos de aluno de academia. Isso é com o médico que, no laudo ou atestado, vai informar se o paciente tem alguma condição que limita a prática de atividade física.
O seu foco deve estar em saber como orientar o aluno da academia com base nos exames, ou melhor, no laudo emitido pelo médico.
Vamos de exemplo?
Na avaliação física da academia, seu aluno apresenta redução de mobilidade no ombro direito e relata dor há um bom tempo.
Você deve pedir que ele consulte um médico, que vai colocar no laudo qual é o problema do paciente e se ele pode realizar a atividade pretendida.
Agora você deve estar se perguntando: então, devo contratar um médico para minha academia?
A resposta é: não. Até porque é muito simples conseguir o atestado: uma consulta com qualquer clínico é o suficiente. Apenas em caso de condições de saúde específicas, um especialista deve emitir o laudo.
Indo além do exame médico para academia!
O papel do instrutor na academia é montar um treino adequado à condição do aluno e orientar quanto à execução correta dos exercícios.
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